sexta-feira, 2 de julho de 2010

Brasil e Holanda, uma história em quatro capítulos!

Julho de 1974. Então atual campeã e já ostentando três Copas no currículo, a seleção brasileira se preparava para mais um jogo decisivo na competição.

Depois de uma campanha decepcionante na primeira fase, o time de Zagallo havia se recuperado no quadrangular semi-final, batendo Alemanha Oriental e Argentina.

Restava em seu caminho, para chegar a sua quinta decisão, o carrossel holandês do técnico Rinus Michels, time sensação daquele Mundial.

Comandada por Cruyff, a “Laranja Mecânica” já havia esmagado uruguaios (2 x 0), búlgaros (4 x 1), alemães orientais (2 x 0) e argentinos (4 x 0).

Resultados significativos e expressivos para toda a imprensa mundial. Mas não para o técnico Zagallo. Fanfarrão, o Velho Lobo soltou essa pérola antes da partida: “Não tenho medo deles. Vamos descascar essa ‘laranja’”.

O final da história todo mundo sabe. Cruyff, Neeskens, Krol e cia desfilaram no gramado do Westfallenstadium, em Dortmund, esmagando a nossa seleção, um verdadeiro bagaço ao final da partida.

Julho de 94. Vinte anos depois do passeio holandês, Brasil e Holanda voltam a se enfrentar numa Copa. O palco era a quente cidade de Dallas, no estado norte-americano do Texas.

Nossa seleção não teria Leonardo, lateral expulso no jogo anterior, contra os donos da casa. Temor entre jornalistas e torcedores brasileiros!

A preocupação era com a condição física do reserva Branco e com o atacante holandês Overmars, considerado o jogador mais rápido daquele Mundial.

Como Branco, já em final de carreira, conseguiria parar o ponta mais veloz do mundo?. Essa pergunta foi repetida à exaustão nos dias que antecederam ao jogo. “Teria sido mesmo melhor ter convocado Roberto Carlos, que estava ‘voando’ no Palmeiras”, completavam outros.

E então, com a bola deslizando pelo gramado do Cotton Bowl, outro final surpreendente. Overmars jogou pouco, Branco deu conta do recado na marcação e ainda cavou a falta que originaria o terceiro gol brasileiro.

Não só cavou, como bateu e acertou o canto esquerdo do arqueiro holandês. O time verde, amarelo, azul e Branco chegava a uma semifinal de Copa pela primeira vez em 24 anos (havia ficado entre os quatro primeiros em 74 e 78, mas na época, não havia semifinais).

Julho de 98. Terceiro embate entre sulamericanos e europeus. Desta vez, sem Cruyff ou Romário. Ou seja, sem favoritismo de um lado ou outro.

Novamente a seleção brasileira não teria um de seus laterais titulares. Cafu estava suspenso. Zé Carlos, que o mundo (e boa parte também do Brasil) não conhecia, era seu substituto.

O lateral sãopaulino havia feito um bom campeonato paulista naquele ano, impressionando o técnico Zagallo. E sua convocação impressionou boa parte da nação.

Preocupação ou empolgação? Muita gente apostava que Zé Carlos poderia surpreender os holandeses. Outros mostravam receio com sua inexperiência internacional.

Estes últimos estavam com a razão. Zé Carlos entrou nervoso em campo e não jogou bem. Não comprometeu, é verdade, mas errou lances tolos.

Mas o atacante Ronaldo, então grande estrela daquele Mundial, não errou a única chance que teve no tempo normal, abrindo o placar.

Quando a laranja já parecia apodrecida, Kluivert subiu mais alto que a zaga brasileira e plantou uma nova semente holandesa no campo francês.

Veio então a prorrogação, mas não vieram as chances de novos gols. E nas penalidades, o famoso “vai que é sua Taffarel”, do locutor Galvão Bueno, embalou mais uma classificação brasileira à decisão.

Julho de 2010 - Pela quarta vez, Brasil e Holanda num jogo decisivo em Copas. Pela terceira vez, o Brasil jogando de azul contra os holandeses (e pela décima vez, contando partidas contra outros adversários).

Ligeiro favoritismo para o time verde e amarelo. Quer dizer, para o time azul! E que dê um branco nos adversários laranjas!


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