segunda-feira, 31 de maio de 2010

Um time que joga (e fala) muito

A vitória diante do poderoso e temido campeão paulista mostrou a maturidade, dentro e fora de campo, de alguns jogadores corintianos.

É certo que reações maduras e racionais surgem mais facilmente no triunfo do que no fracasso. Mesmo assim, há de se ressaltar o respeito do time de Mano Menezes perante a melhor equipe do futebol brasileiro na atualidade.

O Corinthians soube valorizar a importantíssima conquista dos três pontos.

Ainda no gramado, Bruno César e outros elogiaram o rival, referindo-se ao mesmo como melhor time do País.

Dentinho e Ralf brincaram na comemoração do terceiro gol, mas deixaram o gramado numa boa, sem gozações, confraternizando-se com os adversários. Ralf chegou a dizer que respeita demais o Santos.

Do outro lado, se dentro de campo o time santista não deu botinadas e caiu de pé, lutando até os segundos finais, faltou um pouquinho de fair-play nas entrevistas.

Marquinhos e Leo reclamaram demais da arbitragem. O primeiro já até profetizou que o Timão serão favorecido em todos os jogos no Pacaembu.

Esqueceu-se apenas que nesse mesmo estádio um gol legítimo do Santo André foi anulado há algumas semanas, justamente contra o Peixe, na decisão do Paulistão.

O gol de Marquinhos foi legal? Há controvérsias. Se eu validaria o mesmo? Com toda certeza.

Já que mesmo cinco mil replays em câmera lenta não foram capazes de tirar a dúvida coletiva, por que eu teria essa certeza no momento exato do lance?

Dizem que a tal recomendação da FIFA de "na dúvida, pró ataque" é lenda urbana. Não importa. Se nem mesmo o replay chega a uma conclusão, este jornalista, humildemente, conclui que alguns centímetros pra frente ou para trás não foram fundamentais para a marcação do gol.

No entanto, a dificuldade do lance impede a constatação de que um grande erro foi cometido.

Mas outra constatação que faço - a de que o time santista fala demais - é fruto dos exageros de alguns jogadores como Leo (sempre irritado com alguma coisa, sempre querendo dar "respostas" aos críticos), Ganso (que um dia bateu em Ronaldo apenas para "mostrar quem mandava na Vila") e Neymar (prometeu um novo chapéu em Chicão).

A crítica é construtiva. O time do Santos tem em seu sistema defensivo um já conhecido calcanhar de aquiles.

Para evitar um tropeço na decisão da Copa do Brasil, após a Copa, e continuar buscando a Tríplice coroa (que é um sonho bem possível), comissão técnica e jogadores deverão se empenhar muito mais em corrigir notórias falhas do que em reclamar da arbitragem.

Até porque esse time de garotos, tendo uma defesa mais arrumadinha, torna-se quase imbatível. Basta lembrar que em suas maiores derrotas na temporada (nos clássicos para Palmeiras e Corinthians e nas decisões diante de Atlético e Grêmio), o time sempre marcou muitos gols.

Tivesse sua defesa atuado de uma maneira um pouquinho mais regular e a equipe estaria invicta há uns quatro meses.

Uma imagem e algumas palavras

sexta-feira, 28 de maio de 2010

CINEMA - A força do esporte

"O que passou, passou. Olhemos agora para o futuro". A frase é do líder sulafricano Nelson Mandela e foi dita logo após o mesmo assumir a presidência do país, apenas quatro anos depois de ser libertado da prisão, vítima do famigerado Apartheid.

Esta é apenas uma das frases de efeito de Invictus, filme mais recente de Clint Eastwood e certamente um dos mais belos de sua filmografia. Há quem diga que o diretor abusou dos clichês sentimentais, mas como não exagerar na dose ao contar a história de um dos maiores personagens do século XX, um líder carismático eleito para tentar diminuir o enorme abismo social e até mesmo cultural que dividia a África do Sul?

Isso tudo depois de 26 anos na prisão, condenado por pregar a igualdade entre as raças negra e branca. O que era um crime na década de 60 acaba virando a principal meta do governo de Mandela.

E ao mesmo tempo um desafio, já que é necessário saciar o apetite dos negros por oportunidades e uma total mudança política, não deixando de lado os direitos da minoria branca. Sem falar na luta para minimizar nos negros um possível sentimento de revanchismo.



Então "Invictus" se trata simplesmente de um filme sobre o mais importante capítulo político da história da África do Sul? Sim e não.

A trajetória de Mandela e as mudanças no país são mostradas, mas tudo a partir de uma espécie de metáfora esportiva.

E aí entram em cena dois excepcionais atores: Morgan Freeman (pela terceira vez dirigido por Eastwood), interpretando de maneira visceral o líder negro, e Matt Damon, que também impressiona no papel de Francois Pienaar, capitão da seleção nacional de rugbi, o esporte mais popular do país.

A união dos dois e a tentativa de transformar o rugbi num esporte para negros simboliza uma nova perspectiva no convívio entre as duas raças.

Mais do que isso, uma eventual vitória na Copa do Mundo da modalidade, que pela primeira vez acontecerá em solo sul africano (coincidentemente, quinze anos depois a África terá também sua primeira Copa de futebol) representaria o triunfo da nova política no país.

Com pouco mais de duas horas de duração, o DVD do filme chega às locadoras neste mês de junho. Se você perdeu no cinema, não deixe de ver em casa.

Até mesmo as cenas de rugbi, esporte pouquíssimo popular por aqui, são empolgantes. Até porque a causa é mais do que nobre.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

IMPERDÍVEL

O comercial abaixo é da emissora argentina TyC Sports. Vale a pena conferir. SENSACIONAL!

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Os Esquecidos



Paulo Henrique Ganso e Neymar, como se sabe, são apenas mais dois nomes valiosos esnobados por treinadores de seleção brasileira em Copas do Mundo.

Já falei bastante sobre o tema na Transamérica FM e não será a primeira vez que citarei no blog outros exemplos de injustiças na história da seleção.

Abaixo, apenas onze ídolos renegados (e as Copas nas quais poderiam ter brilhado), formando uma seleção canarinho de esquecidos!

1 - Ronaldo (Copas de 1990 e 1994)
2 - Carlos Alberto Torres (1966)
3 - Djalma Dias (1970)
4 - Roberto Dias (1966)
6 - Wladimir (78 e 82)
5 - Falcão (1978)
8 - Dirceu Lopes (66 e 70)
10 - Neto (1990)
7 - Renato Gaúcho (1986)
9 - Friedereich (1930)
11 - Canhoteiro (1958)

terça-feira, 11 de maio de 2010

Skank faz enquete para definir repertório de novo DVD

Os fãs da banda mineira Skank poderão ajudar os quatro integrantes a definir o repertório de seu terceiro DVD. A gravação está marcada para o Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, no dia 19 de junho.

O grupo pretende lançar este novo trabalho, intitulado "Skank no Mineirão - Multishow ao Vivo", também em CD ao vivo e Blu-Ray.

Ao todo, 32 canções foram pré-selecionadas pela banda em seu site oficial. A partir delas, cada internauta poderá escolher 20 músicas de sua preferência.

As mais votadas estarão no set list do DVD, que deve estar nas lojas no segundo semestre. Os fãs podem votar até o dia 16 de maio.

Abaixo, meu Top 10 com as dez melhores canções do quarteto de BH:

1 - Vou Deixar
2 - Três Lados
3 - Dois Rios
4 - Amores Imperfeitos
5 - Te Ver
6 - Tão Seu
7 - Uma Canção É pra Isso
8 - Um Mais Um
9 - Garota Nacional
10 - Sutilmente

Jogando videogame e falando de futebol


Como escrevi no "post" abaixo, gravei com a Bianca Jordão (foto) uma participação no programa Combo: Fala+Joga, da Play TV.

A atração será exibida nesta quinta-feira (dia 13), às 22h.

A Play TV pode ser sintonizada no canal 86 da Sky, 13 da Net Brasília, 30 da TV Oi Belo Horizonte e 430 do DTH da Oi.

Além disso, pode ser vista gratuitamente, por streaming e on demand, pelo site www.playtv.com.br.

As reprises acontecem na sexta (dia 14), às 06h30, 12h e 17h.

Durante o programa, além de mostrar que sou o "Váldson dos games", o "Pinella do playstation", conversei bastante com a Bianca sobre Copa do Mundo, rádio e jornalismo esportivo!

Obs. Pinella e Váldson, pra quem não lembra, foram dois zagueiros de nenhuma técnica que, sabe-se lá como, vestiram um dia a camisa do Corinthians.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Leela lança novo clipe


Estreou na última segunda-feira (dia 26) o novo vídeo do grupo Leela, "Mundo Visionário". O clipe já pode ser visto na programação da MTV e na página da banda no Youtube.

Co-dirigido por Marcos Mion, este é o primeiro vídeo do terceiro álbum do Leela, trabalho ainda inédito que terá 11 faixas. A maioria delas poderá ser conferida pelos fãs ao vivo durante duas apresentações do quarteto na Virada Cultural Paulista: uma em Ribeirão Preto, no dia 22 de maio, e outra em São José dos Campos, no dia 23.

A vocalista da banda, Bianca Jhordão, apresenta o programa Combo, Fala Mas Joga, da Play TV. Gravei uma participação no mesmo recentemente. Deve ir ao ar em breve.

Por onde começar... Excelente!

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Abraços de Almodovar


Indicações para a categoria de melhor filme de língua estrangeira em premiações como o Globo de Ouro (segundo prêmio mais importante do cinema americano) e o BAFTA (principal prêmio do cinema inglês) nem sempre agregam um inestimado valor a uma produção. No caso dos filmes do espanhol Pedro Almodovar, por exemplo, nenhuma indicação é tão forte quanto a própria assinatura do cineasta.

Almodovar é daqueles diretores, como Fellini, Bergman e Kurosawa, cuja filmografia, mais do que uma referência para cinéfilos e estudantes de cinema, acabou se tornando um novo gênero dentro da sétima arte.

E o 17º filme deste gênero, indicado aos prêmios supra-citados e bastante elogiado pela crítica, é Abraços Partidos, produção que chegou no mês passado às locadoras.

Pela quarta vez em sua carreira, o diretor conta com o talento dramático de sua atual musa, Penelope Cruz (as outras parcerias foram em Carne Trêmula, Tudo sobre minha Mãe e Volver). Outro velho conhecido no elenco é o excelente Lluís Homar, do premiado Má Educação.

Filmado em Madrid e nas Ilhas Canárias, com um orçamento de U$ 18 milhões, bem razoável para os padrões do cinema espanhol, Abraços Partidos traz as recordações de um escritor que perdeu a visão e o grande amor de sua vida numa tragédia há muitos anos.

Quando se depara com um novo acidente, Mateo Blanco (vivido por Homar) decide abrir seu coração a um amigo mais jovem, relembrando seus tempos de diretor de cinema, sua antiga paixão e detalhes marcantes que um dia havia resolvido esquecer.

Sensível, às vezes melancólico, quase sempre complexo, Abraços Partidos emociona, mas certamente não é um dos melhores filmes do diretor. Não chega a surpreender, mas tem qualidades suficientes para receber a tarja de "almodovariano".

Integrante do Jota Quest escreve livro sobre o Cruzeiro

O músico Marco Tulio, guitarrista do Jota Quest, foi convidado pela Editora Belas Letras para escrever a edição em homenagem ao Cruzeiro da série "Meu Pequeno Torcedor", coleção que faz grande sucesso nas livrarias.

O lançamento do livro "Meu Pequeno Cruzeirense" acontece no dia 18 de maio, na Bienal em Belo Horizonte, com uma noite de autógrafos a partir das 19h.

Os outros livros da série já publicados foram escritos por Serginho Groisman (Corinthians), Gabriel o Pensador (Flamengo), Nando Reis (São Paulo), Soninha Francine (Palmeiras), Fernanda Abreu (Vasco), Humberto Gessinger (Grêmio), Luís Augusto Fischer (Inter) e Hélio de La Peña (Botafogo).

Por uma questão passional, só li a obra escrita pelo apresentador do programa "Altas Horas". Mas já ouvi muitos elogios a respeito dos outros livros e pretende lê-los também.

Disciplina e a organização no Papo de Craque

Considerado o repórter mais bonito do rádio, Eduardo de Menezes mostrou que além de um rostinho bonito, também consegue aliar concentração e jogo de cintura ao seu trabalho.

No video abaixo, feito durante o programa Papo de Craque 2ª edição, os repórteres Marco Bello e André Galvão tentam de todas as maneiras tirar o foco do bravo comunicador. Até mesmo o operador Reginaldo Cursino entra na brincadeira. Mas o "Brad Pitt do rádio" resiste com coragem e faz seu boletim do Santos até o final.

O video não tem tanta qualidade, pois foi feito com o celular, o que não permite uma boa visualização em cenas de movimento. Mas vale o registro!




Caso não consiga fazer a visualização acima, clique aqui

Decisão épica e um craque apoteótico!

Épico, histórico, apoteótico, fantástico... São muitos os adjetivos que podemos usar para descrever a decisão do Campeonato Paulista.

Poucas vezes o sabor do vice-campeonato ficou tão amargo para o time derrotado. Paradoxalmente, poucas vezes uma conquista foi tão merecida pelo time campeão.

O Santos já havia feito história mesmo antes de erguer a taça, com um futebol diferente de tudo o que havíamos visto nos últimos anos.

Mereceu amplamente o título por tudo o que fez na primeira fase, pelas duas lindas e consagradoras vitórias diante do São Paulo na semi-final, pelos doze minutos de brilhantismo mostrado no segundo tempo do primeiro jogo decisivo, pelos dois golaços de Neymar na última partida e pela raça demonstrada por oito gigantes nos minutos derradeiros da competição.

E mereceu o troféu sobretudo por contar com o jogador mais fantástico que surgiu em nossos gramados nos últimos anos.

E não falo nem de Neymar, muito menos de Robinho. Claro, o grande herói do 18º título estadual do Peixe foi Paulo Henrique Ganso.

Épico, apoteótico e fantástico. Os mesmos adjetivos usados no início do texto para caracterizar a partida não são suficientes para explicar a exibição de Ganso no último domingo.

O talentoso meia foi craque quando preciso, foi genial quando necessário, foi líder quando tudo parecia fora de controle e foi até técnico quando o ótimo Dorival Júnior, num momento de total pane, decidiu substituir seu jogador mais lúcido e eficiente.

Ganso olhou para o banco e foi taxativo: não sairia de campo, não poderia deixar de lutar naquele momento.

Petulante, anti-profissional, indisciplinado? Nada disso. Ganso foi simplesmente sensato. Era ele o único atleta de branco que estava prendendo a bola e criando chances no campo de ataque.

Se ele saísse, o Santo André bombardearia o rival nos minutos finais e teria grandes chances de marcar o gol do título.

Dorival Júnior mudou de ideia, Ganso ficou em campo, a bola quase não saiu de seus pés e o troféu foi para a Vila Belmiro. Simples assim.

Ganso foi o dono da bola, o dono do jogo. É o dono do campeonato. E não pode ficar fora da Copa.

Nem ele, nem Neymar. Acabou minha paciência com o técnico Dunga. Teimosia tem limite.

Sou fã do treinador da seleção e acho que o mesmo vem fazendo um ótimo trabalho. Só falta agora coroar este desempenho levando dois craques geniais para a África do Sul.

Que todos os santos iluminem o treinador em sua decisão. Assim como Neymar e especialmente Ganso iluminaram o Santos nesta inesquecível decisão.