quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Veteranos bons de bola


Como a bola ainda não está rolando nos campeonatos estaduais, sobra tempo para acompanharmos ainda mais as melhores competições da Europa. No último final de semana, por exemplo, trabalhei na transmissão de dois jogos do Campeonato Italiano, pela Transamérica FM.

Na partida Inter x Cagliari, o futebol dos milaneses me decepcionou. Pior do que empatar com um time frágil (1 x 1), foi o fato da líder da competição ter mostrado tanta dependência em relação ao desempenho do sueco Ibrahimovic. Que aliás, não foi dos melhores, embora o atleta tenha feito o gol de empate.

É pouco para um time que tem a chance de conquistar um autêntico tetracampeonato nacional, façanha que não é alcançada na Bota desde os anos 40, quando o lendário Torino levou quatro Scudettos na sequência.

Vale a pena destacar, no entanto, o futebol do argentino Javier Zanetti. Com o desfalque do brasileiro Maicon, o volante iniciou a partida na lateral (sua posição de origem) e correspondeu, como de costume. Depois, foi improvisado na zaga e continuou atuando bem. Cada vez mais experiente, ainda mostra o fôlego e a categoria do início de carreira. Um gigante.

Comentei também o clássico Roma x Milan. Jogo equilibrado, com ligeira superioridade romana no que se refere a posse de bola. No final, graças ao talento de Alexandre Pato, o Milan conseguiu somar um pontinho (empate por 2 x 2).

Mais produtivo do que Kaká, Beckham, Seedorf e Ronaldinho, Pato se movimentou bastante e fez dois gols (um deles, maravilhoso). Se o menos badalado dos "galáticos" do Milan brilhou lá na frente, quem se destacou na defesa foi o veteraníssimo Paolo Maldini. O atleta já não tem o mesmo preparo físico de outrora (e recebe inclusive algumas críticas por ainda não ter pendurado as chuteiras), mas compensa a lentidão com inteligência e muita precisão nos desarmes.

No final das contas, numa rodada na qual eu imaginava vibrar com Kaká, Pirlo, Seedorf e Ibrahimovic, foram dois veteranos (Zanetti e Maldini) e o patinho feio dos galáticos que roubaram a cena. Pato brilha por ainda apresentar apetite por sucesso, gols e títulos. Os mais velhos, por já terem dado um bico na vaidade, com tantos anos de bagagem.

Entusiasmo e humildade. Virtudes que talvez faltem a alguns craques dos dias de hoje, que inexplicavelmente jogam muito num ano e entram em rápida decadência na temporada seguinte.

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