terça-feira, 7 de julho de 2009

As apostas da bola!

Tudo bem, nem discuto que a diretoria palmeirense está demorando pra contratar um treinador.

Mesmo sabendo que caso essa mesma diretoria tivesse algum nome já na marca do penalti, antes da demissão de Luxemburgo, seria criticada pela imprensa.

"Nem haviam demitido um e já tinham contratado outro. Falta de ética", diriam muitos.

Teria sido essa a estratégia tricolor, que anunciou Ricardo Gomes apenas algumas horas após a saída de Muricy?

O Tricolor desrespeitou seu ex-treinador? E pior, teria contratado um nome sem tanto glamour apenas para não ficar na situação que se encontra hoje o rival verde?

São perguntas que quase sempre geram respostas intuitivas, na base do popular "achômetro".

A verdade é que o futebol, longe de ser uma ciência exata, é na verdade um universo de pouca coerência e muitas surpresas.

O acerto de hoje é um erro lamentável amanhã, enquanto a bola fora da semana que vem pode se tornar um golaço no mês seguinte.

Quando o Palmeiras foi campeão paulista em 2008, com Wanderley Luxemburgo arrumando a equipe em apenas dois meses, muitos corintianos imaginaram que a diretoria alvinegra haia errado ao deixar de contratar o vitorioso treinador. Ao "inventar" o respeitado, mas pouco badalado Mano Menezes.

Será hoje que algum corintiano ainda pensa desta maneira?

Bem, o que quero dizer com todas essas perguntas complicadas e respostas subjetivas?

Simples. Que o Palmeeiras não pode ser condenado por demorar na contratação de um treinador. Claro que não é a situação ideal, mas há de se pensar com calma na melhor escolha.

Até porque essa escolha já foi feita. E por Muricy Ramalho. Vale a pena esperar tanto? O que posso dizer é que é melhor esperar por um bom técnico, mesmo sem ter qualquer certeza de que ele dirá o esperado "sim", do que contratar imediatamente um aprendiz ou uma incógnita.

"Ah, então você, Thomaz, critica a diretoria tricolor, que foi veloz, mas trouxe o que você chamaria de incógnita (Ricardo Gomes)?", pode perguntar o esperto leitor deste blog.

A resposta é não. O São Paulo tem suas razões para acreditar em Ricardo Gomes. Foi sim uma decisão rápida, mas foi também muito pensada.

Pesou bastante a opinião de profissionais ligados ao mundo da bola que conheciam bem o perfil de Ricardo.

Pesou o profissionalismo sempre mostrado por ele, seja como jogador, seja como técnico.

Pesou a experiência internacional e o bom relacionamento do mesmo com dirigentes e jogadores de clubes do exterior.

Foi uma aposta, que pode dar certo ou não. Como foi uma aposta a contratação de Cristiano Ronaldo, por parte do Real Madrid.

Uma negociação com boas chances de se tornar um grande negócio mas, levando-se em consideração o valor astronômico da transação, ainda assim uma aposta.

Ricardo Gomes merece respeito e merece tempo para mostrar seu trabalho. Muricy não era uma estrela em 97, mas fez um bom trabalho no Tricolor daquele ano, levando a equipe ao vice-campeonato estadual, superando o Palmeiras e os dólares (ou as antigas liras italianas) da Parmalat.

Eduardo Amorim era um iniciante em 95 e levou o Corinthians aos títulos da Copa do Brasil e do Paulistão.

Dunga vem conquistando todos os títulos e vitórias possíveis com a seleção, assim como Beckenbauer estreou como técnico ganhando um vice-campeonato numa Copa e o título na seguinte.

Ricardo Gomes, ao contrário destes técnicos supra-citados, já dirigiu meia-dúzia de equipes, dentro e fora do País. Passou pela seleção, embora o resultado tenha sido uma lástima.

Não tem currículo de um técnico "top", mas tem bagagem no mundo futebolístico.

Quem quer fazer um negócio na certeza do lucro, não pode se envolver com futebol. As coisas aqui são bem diferentes.

Por isso, que o Palmeiras faça sua escolha com calma (sem exageros, é claro) e que Ricardo Gomes tenha essa mesma tranquilidade pra fazer o seu trabalho.

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