segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Manchester abraça o planeta!



Contando os títulos intercontinentais, realizados antes da criação do Mundial da FIFA, a conquista do Manchester United, em Yokohama, no Japão, foi apenas o segundo troféu mundial dos clubes ingleses. E justamente o segundo do Manchester, que havia derrotado o Palmeiras, em Tóquio, em 1999.

Daquela primeira conquista, três atletas permanecem até hoje no elenco dos "diabos vermelhos": Paul Scholes, Ryan Giggs e Gary Neville. Os três aparecem entre os dez jogadores que mais vezes vestiram a camisa do Manchester. Giggs é o recordista, tendo superado nesta temporada o número de jogos do lendário Bobby Charlton.

Outros dois craques do time inglês já haviam sentido o gostinho do título mundial: Van der Saar, pelo Ajax, em 95; e Carlitos Tevez, pelo Boca, em 2003.

Como sempre acontece em derrotas de times sulamericanos, a tristeza da perda do título foi muito maior do que a alegria dos vitoriosos. Para os jogadores da LDU, o tropeço significou o fim de um sonho espetacular; para os atletas do time europeu, a vitória foi apenas a cerejinha do bolo. Um brilho a mais numa temporada já suficientemente gloriosa, graças aos títulos inglês e da Liga dos Campeões.

Alguns jogadores, é verdade, já dão outra importância ao Mundial da FIFA. Wayne Rooney, melhor jogador da decisão - e também da competição -, havia afirmado, antes do jogo, que queria muito o troféu. O senegalês naturalizado Evra, que não jogou uma grande partida diante dos equatorianos, também mostrou motivação com o torneio durante a semana.

Porém, o técnico Alex Ferguson, numa simples declaração, mostrou que os campeonatos disputados na Terra da Rainha ainda são bem mais valorizados do que a disputa no Japão: "Escalarei um time forte, competitivo, mas não posso arriscar muito. Temos jogos importantes pelo Campeonato Inglês e pela Copa da Liga nas próximas semanas".

A declaração foi feita dois dias antes da final. Ferguson estava preocupado com a saúde do atacante búlgaro Berbatov (fortemente gripado) e com a condição física dos veteranos Giggs e Neville. Nenhum deles iniciou a partida como titular.

De qualquer maneira, valorizando ou não a conquista, o Manchester deu um show em campo e ratificou o que todos acreditavam. Trata-se do melhor time do mundo em 2008. Contra os empolgados equatorianos, fez o gol da vitória com um homem a menos em campo (Vidic foi expulso infantilmente no início do segundo tempo), após dominar amplamente a etapa inicial. Mesmo diante de uma equipe interessada apenas em se defender, o time inglês conseguiu criar seis ou sete boas oportunidades no primeiro tempo. E olha que o português Cristiano Ronaldo nem estava muito inspirado.

Tevez e Rooney, especialmente este último, jogaram demais na etapa inicial. O argentino foi "sacrificado" com o cartão vermelho do zagueiro sérvio, dando lugar ao zagueiro Evans. Rooney continuou arrebentando e não desperdiçou um passe açucarado de Ronaldo.

Dois brasileiros marcaram presença em campo. Anderson jogou uma bela partida, enquanto o menino Rafael, de apenas 18 anos, foi apenas discreto. Poderia ter brilhado mais no ataque, já que foi marcado por Calderon, um reserva da LDU (o titular Ambrosi só entrou no segundo tempo). Mas o tabu está mantido. Desde 2000, quando a FIFA criou a competição, sempre um brasileiro aparece entre os campeões.

Só que pela primeira vez não tivemos o melhor jogador do torneio. Edílson (Corinthians), Rogério Ceni (São Paulo), Deco (Barcelona) e Kaká (Milan) haviam recebido o prêmio anteriormente. Desta vez, a glória ficou com o inglês Rooney. Com toda justiça!


Fotos: Site da FIFA

Nenhum comentário: