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Indicações para a categoria de melhor filme de língua estrangeira em premiações como o Globo de Ouro (segundo prêmio mais importante do cinema americano) e o BAFTA (principal prêmio do cinema inglês) nem sempre agregam um inestimado valor a uma produção. No caso dos filmes do espanhol Pedro Almodovar, por exemplo, nenhuma indicação é tão forte quanto a própria assinatura do cineasta.
Almodovar é daqueles diretores, como Fellini, Bergman e Kurosawa, cuja filmografia, mais do que uma referência para cinéfilos e estudantes de cinema, acabou se tornando um novo gênero dentro da sétima arte.
E o 17º filme deste gênero, indicado aos prêmios supra-citados e bastante elogiado pela crítica, é Abraços Partidos, produção que chegou no mês passado às locadoras.
Pela quarta vez em sua carreira, o diretor conta com o talento dramático de sua atual musa, Penelope Cruz (as outras parcerias foram em Carne Trêmula, Tudo sobre minha Mãe e Volver). Outro velho conhecido no elenco é o excelente Lluís Homar, do premiado Má Educação.
Filmado em Madrid e nas Ilhas Canárias, com um orçamento de U$ 18 milhões, bem razoável para os padrões do cinema espanhol, Abraços Partidos traz as recordações de um escritor que perdeu a visão e o grande amor de sua vida numa tragédia há muitos anos.
Quando se depara com um novo acidente, Mateo Blanco (vivido por Homar) decide abrir seu coração a um amigo mais jovem, relembrando seus tempos de diretor de cinema, sua antiga paixão e detalhes marcantes que um dia havia resolvido esquecer.
Sensível, às vezes melancólico, quase sempre complexo, Abraços Partidos emociona, mas certamente não é um dos melhores filmes do diretor. Não chega a surpreender, mas tem qualidades suficientes para receber a tarja de "almodovariano".
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