quarta-feira, 2 de setembro de 2009

A graça de apenas competir


Na última semana, um leitor de meu blog (e provavelmente ouvinte dos programas da Transamérica) pediu para eu escrever algumas linhas sobre o Clube Atlético Juventus.

A modesta equipe da Rua Javari é o tema de uma matéria que ele publicará em algum site ou jornal (confesso que não me recordo ao certo).

De qualquer maneira, registro o fato pois o pedido não chegou, inicialmente, a me empolgar. Mas não é que quando comecei a redigir algumas linhas, acabei gostando da ideia? Isso porque o chamado Moleque Travesso é certamente um dos times mais simpáticos de São Paulo, o que infelizmente não chega a ser uma grande qualidade.

Simpáticas, geralmente são aquelas equipes que não nos incomodam. Se bem que o time da Mooca é conhecido por aplicar, vez ou outra, suas "molecagens".

Especialmente pra cima do Coringão. Só que nos últimos anos o Juventus tem pregado cada vez menos peças nos chamados "grandes".

O que aumenta ainda mais nossa simpatia por ele. Ou seria nossa indiferença? Sendo isso crueldade ou não, a gente acaba torcendo pela equipe.

É bacana, por exemplo, vê-lo na série A do Paulistão (o que não acontecerá tão cedo, já que o time disputará a Série A3 em 2010). É uma espécie de recado para quem, há muito tempo, deixou de encarar o esporte com romantismo.

Isso porque o Juventus nos faz recordar uma época bem diferente da atual. Uma época onde o futebol, longe de ser um negócio, era apenas fonte de paixão e fanatismo. Um fanatismo saudável, que em nada se parecia com a violência e intolerância atuais de muitas torcidas.

O Juventus pode não ganhar títulos, pode não revelar mais craques, mas mesmo diante de seguidas derrotas e fracassos, tem o mérito de conseguir simbolizar muitas coisas boas. Tais como a persistência, a disputa, a capacidade de nunca desistir e a paixão inocente por um clube de futebol.

Paixão que não precisa de glórias para ser mantida. Afinal de contas, o importante não era mesmo apenas competir?

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